
Tororó do Rojão
Nome Completo: Manoel Apolinário da Silva
Radialista / Apresentador(a), Cantor(a) / Intérprete, Compositor(a), Instrumentista Percussão
Nascimento: 15/08/1936
Está em atividade: Não
Falecimento: 07/07/2011
Cidade de Origem: Matriz De Camaragibe
Biografia
Manoel Apolinário da Silva (1936–2011), amplamente conhecido como Tororó do Rojão, foi um dos ícones do forró de raiz alagoano, reverenciado por sua irreverência, presença cênica e autenticidade. Nascido no povoado de Bateria, em Matriz de Camaragibe, cresceu em meio à música de raiz — coco de roda e cirandas — que sua mãe e irmãos entoavam em casa desde criança.
Ainda menino, após a morte do pai, precisou trabalhar no engenho de cana para ajudar em casa, mas sua grande paixão era o futebol: chegou a ser tricampeão juvenil pelo Sport Club Alagoas em Maceió, nos anos 1950.
Mudou-se para Maceió com cerca de 10 anos, sob os cuidados de Nadir Pacheco, conhecida como “segunda mãe”. Ali, entrou em contato com a leitura e com o rádio, participando do programa de calouros de Odete Pacheco na Rádio Difusora — onde ganhou o apelido que o acompanharia para sempre: Tororó do Rojão.
Sua música era plural — transitava por forró, xote, maxixe, xaxado, samba, coco de roda, folguedos, reisado e chegança — e consolidou um estilo irreverente e cômico, sempre com letras de duplo sentido, críticas sociais ou brincadeiras de malandragem e sensualidade.
Trabalhou como motorista, ajudante e mecânico na Petrobras, mas foi como artista que brilhou nos palcos. Foi zabumbeiro e trianguista de Luiz Gonzaga, chegando a tocar triângulo na gravação de “Ovo e Codorna” no Rio de Janeiro, onde viveu por três meses na década de 1960 .
Suas performances eram memoráveis: gestual prolixo, presença explosiva e humor irreverente. Coletivos como “Os Inseparáveis do Forró” — com Vavá dos 8 Baixos, Jovô no triângulo e ele no vocal — levavam o público à loucura, com Tororó fazendo piruetas e interagindo o tempo todo com os espectadores.
Recebeu o apelido de “Chaplin do Forró” em 1993, dado por músicos da Orquestra de Câmara de Moscou, após uma apresentação envolvente, cheia de humor e dança.
Em sua carreira gravou quatro discos (dois LPs e dois CDs):
LPs: Aqui Tem Forró (com Nelson do Acordeon, 1979) e Segura Menino (1981).
CDs: O Povo Não Quis Acreditar (2004) e Sem Retoque (2007);
Também integrou festivais, programas de TV e abriu shows em produções como o Festival de Música Independente de Maceió, onde dividiu palco com Tom Zé, Duofel, Wado e Xique Baratinho.
Tororó faleceu em 7 de julho de 2011, na Santa Casa de Maceió, vítima de complicações após aneurisma cerebral e falência múltipla de órgãos. Seu sepultamento foi marcado pela comoção — uma legítima despedida de um homem que eternizou o forró com graça, irreverência e talento.
Seu legado permanece vivo na cultura popular de Alagoas. Letras como Seu Cuca É Eu ou Forró Gay são parte viva das rodas de forró, e seu nome é lembrado por seu humor autêntico, sua entrega no palco e por ser símbolo da resistência do forró de raiz.




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