
Sandoval do Forró
Nome Completo: Sandoval Norberto Baltazar
Cantor(a) / Intérprete, Compositor(a), Instrumentista Percussão, Ativista Cultural, Mestre(a) Griô, Gestor(a) Cultural / Curador(a)
Está em atividade: Sim
Cidade de Origem: São Luiz Do Quitunde
Biografia
Nascido em São Luís do Quitunde, na Zona da Mata Norte de Alagoas, Sandoval Norberto Baltazar, conhecido como Sandoval do Forró, é uma das figuras mais representativas da música popular alagoana.
Começou a tocar melê aos 9 anos, inspirado pela vivência musical dos irmãos.
O mais velho, Cícero de Bertulina, era sanfoneiro de 8 baixos, e o caçula, Geovânio Baltazar (Geo), viria a se tornar sanfoneiro do grupo Fogo no Forró, fundado por Sandoval em 1985.
Desde cedo, os três irmãos atuaram em feiras, festas populares e encontros comunitários, formando o grupo Bambas do Rojão — uma das primeiras formações regionais a unir sanfona, triângulo e percussão no estilo tradicional.
Essa convivência moldou a sonoridade que viria a caracterizar o trabalho de Sandoval: um forró de raiz, familiar e profundamente ligado à tradição oral e à coletividade popular.
Fogo no Forró – 40 anos de resistência do forró alagoano
Em 1985, fundou o grupo Fogo no Forró, que completa 40 anos em 2025. O trio se tornou símbolo da resistência do forró alagoano, mantendo o formato tradicional — sanfona, triângulo e zabumba — e reafirmando o valor das tradições nordestinas como herança viva.
O disco Tempero do Forró (1989), gravado nos estúdios Polydisc (Recife), marcou o início de uma discografia fiel às origens e cheia de vigor rítmico.
Atualmente, divide o palco com os filhos Sol e Gil Neves, perpetuando a tradição familiar e consolidando o forró como expressão intergeracional.
Maestro e formador de gerações
Mais do que cantor e compositor, Sandoval é reconhecido como maestro e formador de músicos, tendo estruturado trios e orientado dezenas de artistas em Alagoas.
Sua visão vai além da arte: ele enxerga o forró como um negócio cultural e uma escola de saberes coletivos, em que o aprendizado é transmitido de mestre para aprendiz.
Entre os muitos músicos influenciados por sua trajetória está Xexéu, hoje considerado um dos zabumbeiros mais experientes entre os forrozeiros alagoanos, que aprendeu os fundamentos do instrumento diretamente com Sandoval.
Esse papel de educador e articulador o consolidou como um dos mestres vivos da música nordestina, referência tanto na técnica quanto na formação humana e artística.
Casas de forró e salvaguarda cultural
Sandoval esteve à frente de espaços que marcaram a cena cultural de Maceió, como o Forró do Burungundum, referência dos anos 1990, e O Cortiço, inaugurado em 2012 e ativo até 2024 como sede da ASFORRAL e ponto de encontro da comunidade forrozeira.
Essas casas desempenharam papel essencial na difusão, valorização e salvaguarda do forró, tornando-se lugares de formação, encontro e pertencimento.

Reconhecimento e trajetória pública
Sandoval é sócio-fundador da ASFORRAL, atuando como tesoureiro e hoje como 2º vice-presidente. Recebeu as principais honrarias da música nordestina:
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🏆 Troféu Centenário de Luiz Gonzaga (2012)
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🏆 Troféu Luiz Gonzaga (2013)
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🏆 Comenda Gerson Filho (2023)
Participou de projetos culturais como Forró na Escola, Palco Móvel José Lessa e Forró do Povo.
Legado e importância
Com 60 anos de carreira, Sandoval do Forró é um dos pilares da música alagoana.
Sua obra combina autenticidade, formação de novos músicos e compromisso comunitário, preservando o forró como um espaço de expressão, trabalho e pertencimento.
É, acima de tudo, um maestro da vida popular, cuja batida na zabumba ecoa como símbolo da resistência e da alegria do povo nordestino.






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Discografia
Discografia confirmada
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Tempero do Forró (1989, LP – Polydisc, arranjos de Xameguinho)
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Forró do Burungundum (1991, vinil)
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Colibri (1993, vinil)
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Sandoval (1995, vinil)
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Bandeira Nordestina (1996, CD)
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A Volta de Sandoval (2008, CD)
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Tome Forró (2011, CD)







