Edson Duarte

Nome Completo: José Eusébio da Silva

Trios / Bandas / Orquestras, Radialista / Apresentador(a), Cantor(a) / Intérprete, Compositor(a), Instrumentista Percussão

Nascimento: 02/11/1952

Está em atividade: Não

Falecimento: 07/03/2022

Cidade de Origem: Maceió

Bairro de Origem: Riacho Doce

Biografia

Nascimento e infância.

Edson Duarte nasceu em 1952, no bairro de Riacho Doce, em Maceió/AL. Com apenas dois dias de vida foi levado pela família para Palmeira dos Índios, onde passou a infância em meio a dificuldades financeiras. Desde cedo teve contato com a música e, aos 11 anos, começou a tocar em cabarés da cidade para ajudar no sustento dos irmãos. Por ser menor de idade, só podia se apresentar de costas para o salão, até receber a licença de um juiz de Direito. Seu apelido de infância era “Pirril”, utilizado apenas no início da carreira.

Migração e juventude no Rio de Janeiro.

Aos 13 anos, viajou sozinho em um caminhão pau de arara para o Rio de Janeiro. Viveu em situação de rua por quatro anos, trabalhando em pequenos serviços para sobreviver e, paralelamente, se inseriu nas rodas de samba e serestas cariocas, onde passou a tocar pandeiro e cantar. Essa vivência moldou seu estilo híbrido entre o samba e o forró. Aos 18 anos, ingressou no Exército, permanecendo por dois anos, período em que ampliou seus contatos musicais.

Conexões musicais.

Durante a juventude no Rio, aproximou-se de artistas fundamentais da música nordestina, como Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Ary Lobo e Noca do Acordeon. Também integrou o grupo Os Três Cangaceiros, ao lado de Severo do Acordeon e Parafuso, que se apresentava em bailes.

Carreira solo e discografia.

A partir dos anos 1970, seguiu carreira solo, gravando por gravadoras como CBS, Chantecler e Gogó da Ema. Lançou LPs que ficaram conhecidos tanto pelo humor e letras de duplo sentido quanto por abordagens de crítica social, refletindo a realidade do povo nordestino. Seguiu gravando até os anos 1990 e posteriormente lançou trabalhos independentes nos anos 2000, mantendo sua ligação com o forró de raiz.

Em 2020, aos 73 anos, lançou o EP Parafina em edição limitada de vinil, fruto de financiamento coletivo. O trabalho, além de reafirmar sua relevância no cenário cultural, simboliza a resistência do forró de raiz e sua íntima ligação com os bailes e salões de dança, onde a expressão ‘botar parafina no salão’ evoca tanto a tradição quanto a celebração da música popular.

Características artísticas.

Cantor, compositor e multi-instrumentista, dominava pandeiro, zabumba, triângulo e outros instrumentos de percussão. Sua voz era comunicativa e carismática, com interpretações que mesclavam humor popular, letras de crítica social e a tradição rítmica do forró. Sofreu forte influência de Jackson do Pandeiro, refletida em sua forma de cantar e compor.

Reconhecimento e legado.

Edson Duarte é reconhecido como um dos principais representantes alagoanos do forró de raiz, ao lado de nomes como Clemilda, Jacinto Silva e Zinho. Sua obra se destacou por estabelecer pontes entre o forró tradicional e outras expressões da música popular brasileira, mantendo viva a memória do gênero. Respeitado tanto no circuito regional quanto na boemia carioca, sua trajetória simboliza a luta de artistas migrantes nordestinos na preservação cultural.

Últimos anos e falecimento.

Radicado em Vila Velha/ES nos últimos anos, manteve atividades musicais e entrevistas até adoecer em 2021. Faleceu no Rio de Janeiro em 7 de junho daquele ano, aos 69 anos, após complicações de saúde decorrentes de um derrame e infecção urinária. Deixou um repertório amplo de discos, parcerias e composições que asseguram sua presença na história do forró e do samba, como referência e inspiração para novas gerações.

Mestrinho
Irineu Nicácio
Florival Ferreira

Mestres de referência

(com quem aprendeu?)

Edson Duarte aprendeu de forma autodidata, inicialmente nas rodas de seresta e nos cabarés de Palmeira dos Índios, tocando para sustentar a família ainda na infância. Posteriormente, no Rio de Janeiro, desenvolveu-se artisticamente em contato com mestres do forró e do samba, como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Ary Lobo, Trio Nordestino e Noca do Acordeon, que foram referências diretas para a sua formação.

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Discografia

  • 1976 — Pirril: Bicho Homem (LP, Tropicana)
  • 1978 — Cheguei pra Ficar (LP, Uirapuru) — com Raimundo Nonato
  • 1979 — A Feira de São Cristóvão (LP, Uirapuru)
  • 1980 — O Homem da Perna de Pau (LP, Uirapuru)
  • 1981 — Bicho Papão (LP, Veleiro/CBS)
  • 1981 — Só Você e Eu (LP, Veleiro, cat. 2040)
  • 1982 — Chamego e Balanço (LP, Veleiro)
  • 1987 — Carregadinho de Amor (LP, Chantecler)
  • 1988 — Homem Sempre Menino (LP, Chantecler)
  • 1994 — Um Tantinho de Amor (LP, Gogó da Ema, GED-1002)
  • 1994 — Edson Duarte e Banda Perna de Pau (CD, Gogó da Ema) — com reedição digital em 2021
  • 2009 — Papai Noel dos Sonhos (álbum)
  • 2010 — Dizincana (álbum; produção de Mestrinho)
  • 2013 — Simbora Mais Eu (álbum)
  • 2014 — Jogo de Palito (CD independente)
  • 2016 — Me Dá Licença (CD independente)
  • 2020 — Parafina (EP em vinil 10″, edição limitada a 300 cópias; financiamento coletivo)
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