
Mestre Zinho
Nome Completo: José Nunes Filho
Cantor(a) / Intérprete, Compositor(a), Instrumentista Percussão
Está em atividade: Não
Cidade de Origem: Rio Largo
Biografia
Mestre Zinho, nome artístico de Erivan Alves de Almeida (1942–2010), nasceu em Rio Largo (AL) e é uma das vozes mais marcantes do forró tradicional. Iniciou sua trajetória ainda na juventude, neto do sanfoneiro de oito baixos Mestre Bruno, iniciou-se nas festas populares de Rio Largo.
Consolidou-se nos palcos no final da década de 1970, ao assumir o vocal do grupo Os 3 do Nordeste, criado em 1969, em Campina Grande (PB), originalmente por Parafuso (zabumba), Zé da Ema e Zé Pacheco. A primeira fase do trio contou com Zé Cacau como vocalista até 1979, quando Zinho foi convidado a assumir os vocais. Com ele, o grupo gravou sete discos, mantendo a formação clássica ao lado de Parafuso e Zé Pacheco, e marcando uma das etapas mais expressivas da história do trio. Após sua saída no fim dos anos 1980, Zinho foi sucedido por Marrom, garantindo a continuidade da tradição do grupo.
Sua performance era conhecida pelo timbre vigoroso e pela fidelidade ao forró pé-de-serra — mesclando baião, xote, rojão e xaxado —, e sua autenticidade artística recebeu elogios como o de Luiz Gonzaga, que o chamou de “um de seus sucessores na missão de manter vivo o forró”.
A carreira solo, iniciada em 1988, resultou em 15 álbuns que se tornaram marcos do gênero, como Murro em Ponta de Faca, Eu Sou o Forró e Jóia Rara. Sua música carregava humor, crítica social, duplo sentido e retratos vivos da cultura nordestina.
Em 2008, já atravessando um período delicado de saúde — quando mencionou ao público: “primeiro enfrentei o coração, e agora a boca” — sofreu um derrame facial poucos dias antes de um show no Camping Roots, em Iracema (CE). Mesmo assim, subiu ao palco com extrema determinação. Adaptou-se com uma pequena “gambiarra” — um instrumento improvisado preso entre a boca e a orelha — que lhe permitiu cantar mesmo com a limitação física. No vídeo dessa apresentação (assista aqui), o vemos vibrante, afirmando que estava “vivo e forte” e que até aumentaria o volume. Foi um ato de coragem que simbolizou sua força e dedicação total ao ofício — mostrou sua força e dedicação, reafirmando seu lema artístico de que ele era o próprio forró.
Recebeu homenagens póstumas em Alagoas e também fora do estado, incluindo celebrações importantes como no Festival de Forró de Itaúnas (ES) e no São João de Maceió de 2019, ao lado de Zé Mocó. Sua história permanece como um legado do forró autêntico e da resistência cultural nordestina.
Seguiu ativo até os últimos dias e faleceu no Rio de Janeiro em 31 de janeiro de 2010, aos 67 anos, vítima de complicações decorrentes de um câncer de próstata e de nódulos no pescoço, que haviam sido diagnosticados dias antes e agravaram sua condição.











Pessoas Relacionadas


Irineu Nicácio

Luiz Gonzaga
Mestres de referência
(com quem aprendeu?)
Zinho formou-se musicalmente em Rio Largo (AL), nas festas populares e rodas de forró de sua cidade, aprendendo com sanfoneiros e cantadores locais. Sua base vem da tradição familiar, especialmente do avô Mestre Bruno, sanfoneiro de 8 baixos, cuja influência o acompanhou por toda a vida. Entre suas grandes inspirações estão também mestres como Luiz Gonzaga, que o reconheceu como sucessor na missão de manter vivo o forró.
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Discografia
Solo (LPs/CDs)
- Murro em Ponta de Faca (1988 — Arco-Íris)
- O Sucesso do Forró (1989 — Polydor)
- Remexe Coração (1990 — RGE)
- De Documento na Mão (1990)
- Aí o Bicho Pega (1991)
- Forró com Gosto de Gás (1993)
- Eu Sou o Forró (1994 — RCA/BMG)
- Extra (1995 — Gogó da Ema)
- Jóia Rara (1996 — A.N.L. Discos)
- Estrela Guia (1997)
- Mestre Zinho ao Vivo (1998)
- 20 Anos de Forró (1999 — Laser Records)
- Forró do Apagão (2002)
- 25 Anos de Forró (2004)
- Gelo na Farinha (2005 — Candeeiro)
- Canta o que o Povo Gosta (2007)
Com Os 3 do Nordeste (como vocalista)
- Da Boca pra Fora (1980 — Uirapuru/CBS)
- O Melhor Forró do Mundo (1981 — Uirapuru/CBS)
- É Pra Virar Lobisomem (1981 — Veleiro)
- Botando Quente (1983 — Veleiro)
- No Coração do Povo (1984 — Copacabana)
- Tá do Jeito que a Gente Quer (1985 — Copacabana)
- Osso Duro de Roer (1986 — Top Tape)