
Xameguinho do Acordeon
Nome Completo: Sebastião José Ferreira Maximíno
Cantor(a) / Intérprete, Compositor(a), Instrumentista Fole, Educador(a) / Professor(a), Produtor(a) Musical
Nascimento: 07/09/1962
Está em atividade: Não
Falecimento: 30/06/2025
Cidade de Origem: Atalaia
Bairro de Origem: Fazenda Floresta, Atalaia–AL
Biografia
Infância, sanfona e rádio: o nascimento de um forrozeiro
Nascido em 1962, na Fazenda Floresta (Atalaia–AL), Xameguinho aprendeu sanfona em família, ao lado do pai, “seu Waldo”. Aos 8 anos, ganhou o primeiro acordeon de 8 baixos; aos 14, já com um acordeon de teclado de 24 baixos (depois 48 baixos), passou a tocar repertório de Luiz Gonzaga, Trio Nordestino e Jackson do Pandeiro “de ouvido”, ouvindo rádio e observando músicos nas festas do interior (casamentos, batizados, guerreiros e pastoril). Essa educação musical oral e popular moldou sua técnica e seu senso rítmico.
Os primeiros trios e a estreia em estúdio (anos 1970–1980)
Entre 1977–1978, já conhecido como “Sebastião da sanfona”, estruturou com amigos o Trio Chameguinho (ideia batizada por uma criança presente na conversa de escolha do nome). Em 1979, ao mudar-se para Maceió, forma Os Pajés Nordestinos, que circulam por boates, casas de show, clubes e eventos até meados de 1984. Na sequência, cria Os Sociais do Forró.
O divisor de águas vem em 1987: após ouvir o trio no rádio (programa “Forró do Meu Brasil”, Ferreira Júnior, Rádio Gazeta/AL), o cantor Tinan Rodrigues convida Xameguinho para sua primeira gravação de LP no Estúdio Somax (Recife–PE). A partir dali, não para mais: novas chamadas para LPs, CDs, DVDs, EPs e clipes, acumulando uma extensa carteira de arranjos, gravações e participações.
Anos 1990: palco internacional, concurso em Caruaru e redes profissionais
Nos anos 1990, Xameguinho expande fronteiras. Em 1992, apresenta-se em Zurique (Suíça) no Clube Brasileiro, no mesmo evento de Elba Ramalho e Emílio Santiago. Em 1993, toca no Festival do Vinho em Berlim (Alemanha); em 1994, participa de festivais folclóricos em Bruxelas (Bélgica); e em 1995, realiza intercâmbio com a Aliança Francesa em Marselha (França) (com Ricardo Mota, Baygon, Júnior Almeida, Pianola e Tel Batera). Em 1996, integra turnê TRANSART por 34 cidades na Itália, representando a cultura nordestina; em Castelfidardo, adquire seu primeiro acordeon profissional diretamente na fábrica Piatanesi — um sonho de sanfoneiro.
Em 1995, vence o 1º Concurso de Sanfoneiros do Nordeste (Caruaru–PE) com a própria composição “Forró na Suíça” (inspirada na viagem de 1992) — marco de virtuosismo e autoridade no instrumento.
Parcerias, estúdio próprio e a cena alagoana (1999–2010)
Em 1999, inicia frutífera parceria com o cantor Kara Véia (primeiro CD no estúdio Gogo da Ema/Maceió; depois Somax/Recife e estúdios em Maceió), assinando 100% dos arranjos do primeiro álbum dessa fase e mantendo agenda intensa até o falecimento do parceiro (2004).
Em 2003–2004, constrói o estúdio de gravação no terreno onde morava. O empreendimento — idealizado por amigos — se consolida como polo de produção para dezenas de artistas alagoanos e nordestinos (200+ trabalhos). Em 2004, faz a abertura do Hino Nacional no jogo Brasil x Colômbia (Estádio Rei Pelé/Trapichão) e, no mesmo ano, recebe convite de Mano Walter após show no Jaraguá, chegando a gravar o segundo CD do cantor.
No período, participa de programas e quadros de TV (TV Gazeta, TV Assembleia) e conta com uma aparição no Programa do Jô (Rede Globo). Segue lado a lado com nomes da cena local/regional: Geraldo Cardoso, Chambinho do Acordeon, Chau do Pife, Mestre Gama e muitos outros.
Obra recente, ensino e legado (2010–2025)
Como professor de acordeon, transmite técnica, repertório e linguagem do forró pé de serra para novas gerações, fortalecendo a cadeia de salvaguarda musical. Em 2023, lança o álbum “Forrofiando”, reafirmando sua veia autoral. Mantém atividade intensa em festas juninas, praças e festivais (como o São João de Maceió), com presença reconhecida pela crítica local e pelo público.
Xameguinho faleceu em 30 de junho de 2025, aos 62 anos, em Maceió–AL. Seu nome permanece associado ao som da sanfona em Alagoas, pela soma de técnica, carisma e trabalho continuado como instrumentista, arranjador e produtor — e por sua função essencial na transmissão das matrizes (xote, baião, arrasta-pé, rojão) que sustentam a memória viva do forró.





























Pessoas Relacionadas

Tinan Rodrigues

Sandoval

Mestre Gama

Messias Lima

Mano Walter

Kara Véia

Juvenal Lopes

Joseane de Josa

Josa Vaqueiro do Sertão

Geraldo Cardoso

Claudio Rios

Chau do Pife

Chambinho do Acordeon

Avelino Torres
Mestres de referência
(com quem aprendeu?)
Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino; convivência com mestres alagoanos (Chau do Pife, Mestre Gama) e cena regional